Rua Ramalhete
Lançamento: Sábado, 21 Abril 1979, Brasil
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Moradores da Rua Ramalhete, eternizada por Tavito e Azambuja, relembram histórias
Endereço preserva pouco do que inspirou os compositores. Moradores destacam a história da rua, localizada entre os bairros Anchieta e Serra, e relembram casos sobre Tavito, que morreu em 26 de fevereiro de 2019 (71 anos)
Placa comemorativa
Da antiga rua de terra, cercada de casas que abrigavam muitas crianças brincando de bola, bicicleta, roda e queimada, entre ramalhetes, restou a saudade gravada nas letras da música de autoria de Tavito e Azambuja e imortalizada pelo Clube da Esquina. Sobraram três ou quatro residências com moradores de gerações mais recentes. Os prédios tomaram conta de todos os espaços e substituíram os velhos casarões. Em um deles, na esquina da Ramalhete com Caracol, uma placa fixada em 2005 reproduz os versos carinhosos dedicados aos compositores, um presente de antigos companheiros.
Vista frontal da rua.
Com um sorriso largo e um provérbio chinês (se puder sentar, nunca fique de pé. Se puder deitar, nunca fique sentado) atestando sua hospitalidade, Edelweiss Paiva Santos, de 86 anos, jornalista, professora de inglês e português, geógrafa, historiadora e assistente social, abre sua casa para contar sobre as “molecagens” promovidas pela “turminha” da qual faziam parte seus seis filhos e muitas outras crianças da vizinhança, inclusive Tavito. “Eles faziam todas as estripulias da época de criança, a rua não tinha calçamento e todos brincavam sem qualquer resguardo. Não passava carro e eles jogavam pedrinhas nas vidraças para chamar a atenção dos adultos”, recorda
"Sem querer fui me lembrar De uma rua e seus ramalhetes,
Trecho da música 'Rua Ramalhete', de Tavito
O amor anotado em bilhetes, Daquelas tardes"Suka Braga - moradora
Bem no início da rua está a Casa Ramalhete, uma iniciativa do arquiteto Carlos Noronha, que manteve as características arquitetônicas da década de 1950, quando foi construída, e abriga hoje espaço de arte compartilhada. A design Suka Braga, que ocupa espaços da casa, disse que não conheceu Tavito, mas sabe de sua história e gosta muito da música que tornou a rua tão conhecida. O imóvel abriga ateliê de design, estúdio de beleza feminina e coleções de obras de arte e antiguidades. Suka conta que soube que a rua já abrigou gente com “certa influência nas artes e na política”, como o ex-prefeito de Belo Horizonte Rui Lage.
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Letras
Sem querer fui me lembrar
De uma rua e seus ramalhetes,
O amor anotado em bilhetes,
Daquelas tardes.No muro do Sacré-Coeur,
De uniforme e olhar de rapina,
Nossos bailes no clube da esquina,
Quanta saudade!
Muito prazer, vamos dançar
Que eu vou falar no seu ouvido
Coisas que vão fazer você tremer dentro do vestido,
Vamos deixar tudo rolar;
E o som dos Beatles na vitrola.Será que algum dia eles vêm aí
Cantar as canções que a gente quer ouvir?
Sem querer fui me lembrar
De uma rua e seus ramalhetes,
O amor anotado em bilhetes,
Daquelas tardes.No muro do Sacré-Coeur,
De uniforme e olhar de rapina,
Nossos bailes no clube da esquina,
Quanta saudade!Muito prazer, vamos dançar
Que eu vou falar no seu ouvido
Coisas que vão fazer você tremer dentro do vestido,
Vamos deixar tudo rolar;
E o som dos Beatles na vitrola.Será que algum dia eles vêm aí
Cantar as canções que a gente quer ouvir? -
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- Categorias: MPB
- Duração: 03:50