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A Nova Ordem Escolar

Qual é a saída para garantir o aprendizado do ano letivo, e não só pensar em cumprir carga horária? Será preciso repensar o modelo de carga horária/distribuição de conteúdos?
| Oton de Oliveira | Comportamento
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Com mais de 130 mil escolas fechadas, cerca de 47 milhões de alunos estão sem aulas presenciais desde o fechamento das instituições para conter a propagação do novo coronavírus no país. Então ...


Com mais de 130 mil escolas fechadas, cerca de 47 milhões de alunos estão sem aulas presenciais desde o fechamento das instituições para conter a propagação do novo coronavírus no país. Então ...

O ensino atual não deveria ter como referência a quantidade de conteúdos, e sim as competências: os conhecimentos, habilidades e atitudes que os estudantes desenvolvem. Aprender é um processo, não adianta condensar o aprendizado em menos dias e muitas horas diárias. Se os alunos ficarem mais tempo sem ir à escola, é melhor relativizar o “ano letivo” e reorganizar as etapas de aprendizagem em módulos.

Teremos que repensar tudo, carga horária, conteúdos, reorganização do ano letivo, com possibilidades reais e necessidade concreta de que o ano letivo de 2020 termine em 2021. Um meio importante nessa reorganização será a inserção na carga horária de atividades orientadas para serem feitas fora do horário de aula. O que não podemos aceitar é a exclusão de parte dos estudantes do direito à educação. Qualquer decisão só pode ser tomada com ampla participação e partir de um cenário definido.

Carga horária e calendário são temas que dependem de quando vai acabar a quarentena. Antes de pensar isso, precisamos planejar a volta às aulas, pensar uma sequência de ações a fim de que os alunos consigam repor não só carga horária, para cumprir uma formalidade, mas, principalmente, ter garantida a aprendizagem. Não é a mesma coisa que voltar de férias. Esses alunos ficaram isolados em casa com uma série de problemas, como a violência doméstica, ou ainda perderam parentes para a pandemia. Será preciso fazer um nivelamento, para saber em que ponto está cada aluno. Uma estratégia eficiente seria separar os alunos por classes de desempenho e criar uma intervenção distinta para cada nível de aprendizagem.

O ensino online ganhará mais adeptos. Muitos professores que ainda não usavam ambientes virtuais de aprendizagem tiveram que mergulhar e aprender novas práticas em poucos dias. Milhares de professores e estudantes estão gostando da experiência e pode ser que a educação à distância se amplie ainda mais, sobretudo no ensino superior. Já na educação básica, valerá como um ensaio, mas ficará claro que ainda estamos longe de fazer ensino online efetivo.